domingo, 17 de agosto de 2008

Do acorde do vento


O vento me faz viril.
Tudo que me atropela
É com consentimento.
Narro a trajetória
De minha vida, em seus detalhes.

Se não fosse a palavra,
Não seria o vento.
Se não fosse o vento,
Não seria a palavra.

Sou um átomo do vento
Nu.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vendas


Todos nós, vendados, tateamos

Nesse grande campo

Que de tão vivo, sentimos o verde


Nus, caminhamos em direções aleatórias

Inertes, com o mote dos sonhos frescos

Plantados pelo sol mais límpido


Procuramos nos outros o que nos encha as mãos

Procuramos nos outros o que nos aqueça a carne

Procuramos o que nos encaixe melhor


Procuramos a nós mesmos

No desejo que nossas mãos se encham de si

Que nossa pele se sinta segura

Na ânsia de não se incomodar mais com a venda nos olhos.